Por Queruvim
A Epopeia de Gilgamesh é um poema épico inexpressivo da antiga Mesopotâmia e totalmente desconhecido pelo povo comum aqui no Brasil. A história literária de Gilgamesh, um conjunto de baboseiras mitológicas sem referência geográfica e histórica, começa com cinco poemas sumérios sobre Bilgamesh (sumério para “Gilgamesh”), rei de Uruk, datado da Terceira Dinastia de Ur (c. 2100 aC). Essas histórias independentes foram posteriormente usadas como fonte de material para um épico combinado em acadiano. A primeira versão sobrevivente deste épico combinado, conhecida como a versão “antiga babilônica”, remonta ao século 18 aC e tem o título de seu incipit, Shūtur eli sharrī (“Superando todos os outros reis”). Diferente da Bíblia que é bem mais atestada e preservada, e mesmo tendo sido escrita em tabuletas de argila quase que petrificadas, apenas algumas tabuletas desta epopeia mitológica sobreviveram. A versão babilônica padrão posterior compilada por Sîn-lēqi-unninni data dos séculos 13 ao 10 aC e traz o incipit Sha naqba īmuru (“Aquele que viu o abismo”, em termos não metafóricos: “Aquele que vê o Desconhecido”). Aproximadamente dois terços desta versão mais longa de doze tabuletas foram recuperadas. Algumas das melhores cópias foram descobertas nas ruínas da biblioteca do rei assírio Assurbanipal, do século VII aC.
Tabuleta 1
A história apresenta Gilgamesh, rei de Uruk. Gilgamesh, dois terços deus e um terço homem, está oprimindo seu povo, que clama aos deuses por ajuda. Para as jovens de Uruk, essa opressão assume a forma de um droit du seigneur, ou “direito do senhor”, de dormir com as noivas na noite de núpcias. Para os jovens (a tabuleta está danificada neste ponto), conjectura-se que Gilgamesh os esgota por meio de jogos, testes de força ou talvez trabalho forçado em projetos de construção. Os deuses respondem aos apelos do povo criando um igual a Gilgamesh que será capaz de acabar com sua opressão. Este é o homem primitivo, Enkidu, que é coberto de pelos e vive na selva com os animais. Ele é localizado por um caçador, cujo sustento está sendo arruinado porque Enkidu está desenraizando suas armadilhas. O caçador conta ao deus do sol Shamash sobre o homem, e é planejado que Enkidu seja seduzido por Shamhat, uma prostituta do templo, seu primeiro passo para ser domesticado. Depois de seis dias e sete noites (ou duas semanas, de acordo com estudos mais recentes [1]) fazendo amor e ensinando Enkidu sobre os caminhos da civilização, ela leva Enkidu para um acampamento de pastores para aprender como ser civilizado. Gilgamesh, entretanto, tem sonhado com a chegada iminente de um novo companheiro amado e pede a sua mãe, Ninsun, que ajude a interpretar esses sonhos.
A primeira tabuleta é um poema que ensina escravidão, opressão, roubo, idolatria, sedução, prostituição e espiritismo.
1 “Back to the Cedar Forest: The Beginning and End of Tablet V of the Standard Babylonian Epic of Gilgameš” (PDF). Journal of Cuneiform Studies.