“Sinal dos pregos” João 20:25

 Ἐὰν μὴ ἴδω ἐν ταῖς χερσὶν αὐτοῦ τὸν τύπον τῶν ἥλων καὶ βάλω τὸν δάκτυλόν μου εἰς τὸν τύπον* τῶν ἥλων καὶ βάλω μου τὴν χεῖρα εἰς τὴν πλευρὰν αὐτοῦ οὐ μὴ πιστεύσω

“A menos que eu veja nas suas mãos o sinal dos pregos

e ponha o meu dedo no sinal dos pregos,

e ponha a minha mão no seu lado,

certamente não acreditarei.”

 – João 20:25.

Alguns têm usado o texto de João 20:25 para tentar justificar a crença deles de que Jesus morreu numa cruz de duas vigas transversais. Contudo, o texto não muda o fato de que as palavras gregas usadas para o instrumento de execução de Cristo – stau·rós xý·lon – significam um poste reto; nem muda o fato de a cruz ser pagã. Em segundo lugar, podemos afirmar que a passagem de João 20:25 prova justamente o contrário do pretendido pelos membros da cristandade.

Observamos que a expressão “sinal [no singular] dos pregos” (em grego: τύπον τῶν ἥλων; týpon tôn hélon), que ocorre duas vezes, exige que as mãos de Cristo tenham sido pregadas uma sobre a outra. Se Cristo tivesse sido pregado com os braços abertos numa cruz, haveria sinais dos pregos, cada prego deixando um sinal em cada mão. No entanto, o texto fala de “sinal” no singular. Portanto, ter Jesus morrido numa cruz com braços abertos está fora de cogitação. Para que houvesse apenas um sinal (no singular) nas “mãos” (plural) de Jesus, suas mãos teriam de ser pregadas juntas, uma sobre a outra.

Podemos ilustrar isso com a seguinte situação: digamos que você fosse incumbido de fazer um único furo em duas peças de madeira. A única maneira de fazer isso seria colocar uma sobre a outra. Embora cada madeira apresentasse depois disso dois orifícios, ou buracos, o furo (sinal) feito foi um só.

Em João 20:25 “sinal” tem o sentido literal de “furo”, “buraco”, “chaga” ou ferida aberta, “úlcera”, ou a marca deixada por essa ferida. Týpos no singular exige a existência de uma só marca nas duas mãos. É como se Tomé dissesse: ‘A menos que eu veja o furo (no singular) nas suas mãos.’ Um único furo nas duas mãos de Jesus exigiria que tivessem sido pregadas uma sobre a outra, como ilustrado acima no caso de se fazer um único furo em duas peças de madeira. Ambas teriam de ser colocadas uma sobre a outra.